BENFICA

Francisco J. Marques já reagiu as acusações do Ministério Público ao Benfica (vídeo)

Em várias publicações feitas na rede social X, Francisco J Marques, antigo diretor de comunicação do FC Porto, reagiu à condenação da SAD do Benfica por corrupção.

Publicações de Francisco J Marques na íntegra:

“Este pequeno vídeo foi tudo o que eu disse antes de divulgar o célebre mail dos padres, o tal pelo qual fui condenado por supostamente o truncar. Nunca trunquei nada, simplesmente escolhi o que era mais relevante e reparem que digo que vou ler passagens.

Volto a isto na sequência da acusação conhecida esta semana contra a Benfica SAD e Luís Filipe Vieira, porque foram precisos sete anos para se chegar a uma minúscula acusação contra quem tanto adulterou a verdade desportiva.

Pelo meio, eu e o Diogo Faria fomos injustamente condenados por alegadamente ter havido truncagem apenas e só na conversação entre Adão Mendes e Pedro Guerra. Se tivesse havido truncagem jamais teria enviado esses mails para os dois jornais que mos pediram.

Um deles, o Record, até publicou a imagem integral desses mails. Apesar de só eu e a fonte, que tal como hoje continua a ser anónima, termos esse mail, o tribunal entendeu não ter ficado provado ter sido eu a enviar para o Record.

Tive esperança que perante uma mentira gigantesca como esta, que leva a uma condenação tão injusta, a pessoa a quem enviei e que é da direção do Record, dissesse publicamente que sim senhor, que tinha sido eu a enviar-lhe. Pelos vistos, outros interesses sobrepõem-se à verdade.

O interesse público das divulgações salta à vista e a cada dia é mais evidente. Tanto eu como o Diogo Faria utilizamos sempre métodos jornalísticos. Então não era jornalista, pois isso é incompatível com o cargo de diretor de comunicação. Mas isso não alterou métodos de trabalho.

Como sempre disse, quando deixasse de ser diretor de comunicação recuperaria a carteira profissional de jornalista, o que já aconteceu. O trabalho seguiu as boas práticas, particularmente no respeito pela vida privada, e o interesse público era evidente.

O FC Porto liderou o combate à corrupção no desporto e colaborou de forma intensa com a autoridades. A situação ainda não é perfeita, mas se hoje temos um futebol mais verdadeiro deve-se muito ao que foi possível desarticular com aquelas divulgações.

Vénia ao whistleblower que me fez chegar mais de 20 gigas de informação, toda entregue à PJ. Não é difícil imaginar que se tivesse ido para outras paragens não tinha servido para nada.

Muitos portistas atribuem a Rui Pinto também este leak, essa é a tese do Benfica, mas a verdade é que ninguém sabe quem foi. Rui Pinto fez um trabalho admirável no Football Leaks, no Luanda Leaks e tem sido perseguido por causa disso. Não precisa certamente de mais chatices.

Talvez um dia seja possível fazer a história de tudo isto, mas convém não esquecer que à custa destas divulgações o país soube que o Benfica, através de Paulo Gonçalves, condenado por corrupção, e de funcionários judiciais, entrava no sistema informático da Justiça.

Ficamos a saber que César Boaventura andava a tentar subornar jogadores das equipas que iam defrontar o Benfica e que por isso foi condenado por corrupção em primeira instância. Isto só para falar de casos que já passaram pela justiça.

Mas também ficamos a saber que todos os clubes que aceitaram um papel subalterno em relação ao Benfica acabaram mal, como o Setúbal, o Aves, o Marítimo, o Belenenses, o Boavista. Quem tem medo de falar e de agir?”

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