Maniche acredita que o Atlético Madrid vai dominar a partida com o Benfica, esta quarta-feira, a contar para a Liga dos Campeões. Ele, que jogou pelos dois clubes e afirmou, em entrevista ao Relevo, os aspetos onde as águias poderão sentir mais dificuldades.
«O Atleti joga com uma linha de cinco atrás e o Benfica tem dificuldades quando é confrontado com este sistema. Depois, o Otamendi não é muito rápido e António Silva também não atravessa um bom momento… Nos primeiros 15 minutos de jogo penso que vai ser equilibrado, mas depois o Atlético vai dominar», começou por dizer.
«O Benfica está a jogar com um central na lateral direita, que defende bem, mas não tem profundidade a atacar. A equipa também abre muitos espaços quando quer pressionar muito alto», acrescentou.
O antigo médio, que representou o Benfica por 69 vezes, apontou depois as forças dos encarnados: «Podem fazer estragos com Di María, com a bola parada, com Kokçu. Atacam muito pela esquerda, mas o Atleti depois pode aproveitar essas subidas.»
Maniche recordou também a sua passagem pelas águias, clube onde se estreou com 17 anos: «Fui o mais jovem a jogar nas competições europeias. Depois fui emprestado a um clube da segunda divisão [Alverca], regressei e tudo correu muito bem. O Mourinho chegou e fez de mim capitão, até que chegou um ano mau em que, como eu não queria renovar, obrigaram-me a treinar à parte e não me deixaram jogar.»
Mourinho trabalhou com Maniche no Benfica, no FC Porto e no Chelsea e ao ex-jogador marcou a forma, sobretudo psicológica, como o técnico tirava melhor do plantel.
«Numa pré-época ele disse-me que ia procurar dois jogadores para a minha posição e que eu não ia jogar. Eu estava na pré-época e ele não me punha a jogar. Mas fazia aquilo para me obrigar a trabalhar mais. No primeiro jogo oficial, pôs-me a titular. Isso abriu-me os olhos e fez-me pensar que na vida temos de dar sempre o nosso melhor.»
Maniche também falou sobre João Félix que, tal como ele, passou por Benfica e Atlético Madrid: «O futebol já mudou muito. Ele tem de ser mais jogador de equipa do que pensar tanto no individual.»
Por fim, Maniche comentou com nostalgia a sua passagem pelos colchoneros: «Joguei nos dois clubes, mas ganhei mais amigos e afeto pelo Atlético. O meu maior arrependimento de sempre é muito claro, foi ter deixado o Atlético Madrid.»
