Rúben Amorim diz que se sente estranho por sair do Sporting (vídeo)
O treinador Rúben Amorim, a pouco mais de 48 horas de deixar o Sporting, afirmou este sábado que sairá com o “sentimento de dever cumprido”, sem adiantar se irá contratar jogadores dos leões para o Manchester United.
Rúben Amorim, que falava em conferência de imprensa de antevisão ao encontro deste domingo com o Braga, a contar para 11.ª jornada da I Liga, falou em estranheza por deixar o comando técnico do Sporting.
“Foi estranho sair hoje da Academia, porque sei que não voltarei lá. Não arrumei o escritório. Vão enviar-me as coisas. Não sou muito de me despedir das pessoas, mas é estranho sair de lá de carro e saber que não vou voltar. Sinto que dei o máximo, mas que não acabou. Vivemos aqui coisas inesquecíveis. Tenho o sentimento de felicidade e de dever cumprido. Temos de igualar o melhor arranque do Sporting, e o próximo treinador certamente irá bater esse recorde da história do Sporting”, disse.
Sobre o sucessor, Rúben Amorim não se quis alongar até para não correr o risco de o revelar, embora admita que tenha trabalhado nesse assunto. “Fiz tudo o que achei que devia fazer e dei sempre abertura ao presidente e a Hugo Viana para tudo. Não posso dizer o que fiz ou deixei de fazer, se não, vocês [jornalistas] ficavam com o novo treinador apresentado. Tenho a certeza de que ele está preparado e confio muito nos jogadores. Farão o seu trabalho, e eu estarei a torcer por eles, sabendo que a vida tem destas coisas, realçou.
Para já, a única certeza que deixa é que quando sair do Sporting ficará “apenas” a torcer pela formação de Alvalade e de que na reabertura do mercado, em janeiro, não recrutará no clube. “Verei o campeonato português com outra liberdade, a torcer pelos meus jogadores e amigos. Em janeiro não irei buscar ninguém ao Sporting. No verão não sei o que vou fazer. Principal ponto: aguentar no Manchester até ao verão (risos). Depois logo se vê. Os jogadores do Sporting são grandes jogadores. Pedro Gonçalves tem de se focar no Sporting. Não sei o que vou fazer. Ele pode jogar em qualquer equipa do mundo”, garantiu.
Recuando para a temporada 2003/04, quando, ao serviço do Belenenses, se estreou como futebolista profissional e na I Liga (vitória, por 2-0, ao Alverca, na 14.ª jornada) e convidado a viajar no tempo para reencontrar esse jovem de 18 anos e dar-lhe um conselho para a vida, Rúben Amorim apresentou a tranquilidade que se opunha ao fervilhar do sangue que sentia naquela altura.
“Diria que vai correr tudo bem. Nessa fase é difícil porque temos muitos sonhos. Sempre tive o sentimento de que ia tudo correr bem. Fosse como fosse. Diria para ele relaxar um bocadinho mais, porque sempre fui muito preocupado. Obviamente temos sonhos, porque queremos ajudar as nossas famílias. Acabou por correr tudo bem. A única coisa que lhe diria mesmo era para relaxar um bocadinho e que iria correr tudo bem, mas no fundo ele já sabia”, concluiu.