João Pinheiro deslocou-se à Invicta para arbitrar o FC Porto/SC Braga.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
4′ Golo bem anulado ao FC Porto, após excelente intervenção do VAR. O árbitro não conseguiu detetar a infração (a bola estava a ser disputado em zona oposta), mas ela foi clara nas imagens: Samu empurrou João Ferreira, em carga suficiente para o afastar ilegalmente da jogada. Apesar de esteticamente questionável, o lançamento lateral que iniciou o lance foi bem efetuado (os pés do executante estavam no solo quando a bola saiu das suas mãos).
9′ A carga nas costas de Roberto Fernandez sobre Nehuen Perez existiu e devia ter sido sinalizada mais rapidamente. A hesitação da equipa de arbitragem (lance perto do árbitro assistente) criou alguma instabilidade nos jogadores e potenciou ataque prometedor do SC Braga, depois bem anulado. Faltou apenas celeridade na decisão.
11′ O treinador do FC Porto terá protestado a justiça de uma infração junto ao seu banco técnico e foi advertido.
19′ João Mário foi advertido após entrada negligente sobre Gabri Martínez. A infração não deixou outra opção ao árbitro de Braga.
43′ Lance para analisar em duas vertentes. Primeiro, a técnica: indiscutível a justiça da decisão de João Pinheiro, porque Galeno foi mesmo carregado/derrubado por infração de João Ferreira na sua área. Disciplinarmente não concordamos com a decisão da equipa de arbitragem, sendo importante ressalvar que o lance é subjetivo. Na nossa opinião, o defesa do Braga nunca quis jogar a bola ou disputar o lance com o adversário, apenas impedi-lo ilegalmente de o fazer (daí a abordagem direta “ao homem” e não à/para a bola). A verdade é que Galeno estava mesmo na cara de Matheus, em zona frontal e a poucos metros do golo. O toque de cabeça para a direita não o impediria de ter/manter clara possibilidade de marcar. Seria cartão vermelho, não amarelo.
47′ Pepê chegou atrasado e pisou a ponta da bota de Gabri, em infração na zona menos perigosa do pé do adversário. Geralmente as infrações cometidas nesse ponto, sem negligência ou força excessiva, não devem ser sancionadas com advertência. O árbitro, que teria outra perspetiva em campo, fez leitura diferente.
59′ O segundo golo do FC Porto nasceu na sequência de lançamento lateral executado corretamente. Na sequência, Nico González tocou a bola para Pepê, que estava em posição regular. Lance de análise complexa, mas bem analisado pelo árbitro assistente (estava muito bem posicionado).
71′ Roger desequilibrou-se na corrida, iniciando a queda bem antes do contacto com Alan Varela. O toque lateral existiu mas já com o avançado do Braga perto de cair, ou seja, não foi determinante para aquela consequência. Lance bem avaliado na área dos visitados.
75′ Amarelo exibido a Vítor Carvalho. O defesa forasteiro impediu que Samu pudesse sair em velocidade para iniciar lance prometedor. A infração tática foi bem sancionada.
75′ Nico González tirou a bola a Roger de forma legal e terá sido tocado inadvertidamente pela perna direita do adversário, lesionando-se. Não houve infração de parte a parte, em lance dentro da área azul e branca.
90+4′ Falta bem assinalada a Ricardo Horta sobre Vasco Sousa, apesar do capitão bracarense não ter concordado com a decisão.
90+8′ Gharbi entrou de forma intempestiva sobre Namaso, fruto de abordagem fora de tempo. O francês ficou perto da advertência, numa fase do jogo em que as emoções eram mais fortes que a lucidez. João Pinheiro soube entender bem o momento.
